AZINHAGA DO RIBATEJO E SUAS QUINTAS
As origens da Azinhaga perdem-se no tempo, o texto que se segue é a origem de "AUGUSTO DO SOUTO BARREIROS" em "AZINHAGA - LIVRO DE HORAS"
De clima temperado, sempre que o Suão se esquece de ser fogo ou as geadas se escondem por detrás dos invernos mansos, o Ribatejo, na sua geografia, segundo o Prof. Amorim Girão, "apresenta no seu núcleo de formação, a existência de urna vasta planície de sedimentação, deprimida e uniforme, que no dizer de Epicuro " o claro Tejo rega tão sereno". Daí que, pelas características físicas dos solos, do verde vivíssimo das lezírias ao verde-cinza dos espargais até ao verde-sépia das charnecas, Azinhaga se não dissocie dele porque é ele mesmo, ainda quando o limitam a Borda d'Agua.
O lugar, como diz Alberto de Pimentel, situa-se " na região da campina atravessada pelo Almonda e formada parte pelo miocénio lacustre, parte por aluviões". Serrão de Faria acrescenta, por sua vez, que "os campos são férteis devido ao depósito das águas dos dois rios, com os olivais assentes em terrenos terciários planos, na sua maioria silex-argilosos, com cultura intensiva de cereais de pragana que são farto manancial de riqueza agrícola".
O documento mais antigo que se conhece dela é o foral concedido por D. Sancho II. A sua existência remonta, portanto, aos primórdios da nossa nacionalidade. Se o seu nome, Azinhaga ou Azenhaga, provém do árabe Azzancha, derivação do verbo "zanaca que significa caminho estreito, viela apertada entre montes, charnecas ou valados", então a sua antiguidade é mais remota e se transfere para épocas anteriores à fundação do Reino. Para quem a vê hoje, aldeia branca implantada na vastidão do plaino, "caminho estreito" não será um contracenso? No sentido de horizontes apertados, talvez. Mas se pensarmos que, ao tempo, e até aos últimos lustros do século XIX, a campina era, em toda a sua extensão, rasgada por dezenas de alvercas e braços do Tejo, os seus limites seriam, de facto, exíguos. No seu crescimento, a povoação acompanhou o sentido natural do Almonda. Forçada foi, contudo, a suspender o seu desenvolvimento, nessa direcção, em virtude de, durante as inundações, a Alverca das Moitas transbordar juntando-se à de Fernão Leite, no Pombalinho. Do outro lado, a oeste e sul da Broa, vários braços do Rio Velho encaminhavam-se para sudoeste, passando uns cerca de Miranda, e alguns mais perto das Teixeiras, escoando-se por detrás da Melhorada até chegarem ao Alviela. A prová-lo as pontes que, ainda hoje, se encontram em terra firme, uma na encruzilhada das estradas de Mato de Miranda e da antiga Cholda-Bolda e outra, a oeste, perto da estação.
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Palácio da Brôa Entre a Golegã e a Azinhaga, encontra-se um edifício majestoso, construído em 1831 por Rafael José da Cunha, o “Príncipe dos Lavradores de Portugal”, no local antes dominado Quinta do Almonda, que foi dos Zarco da Câmara. Sede de grandes domínios agrícolas, é berço da coudelaria Manuel Tavares Veiga (1863-1950) criador dos célebres Lusitanos “Veiga”, que revelam uma atenção de tipo e possui uma identidade de carácter, que o distinguem dos seus idênticos e os fazem ser procurados para beneficiarem as mais importantes coudelarias europeias e americanas, que criaram o puro sangue Lusitano. A quinta, com o seu palácio, celeiros, cavalariças e lagar, além da ganadaria brava, são propriedades de Manuel de Castro Tavares Veiga. ««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««« CASA DA PONTE Antiga casa do feitor da broa, foi totalmente reabilitada na segunda metade do século XX. É propriedade e residência de D. Maria Emília Tavares Veiga e Vasconcelos. <<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<
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