quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
Cascais
Cascais
Situado entre o Oceano Atlântico e a Serra de Sintra, o concelho de Cascais foi, desde sempre um importante centro turístico, tendo recebido durante e depois da II Guerra Mundial um elevado número de refugiados e exilados, de entre os quais se destacam os Condes de Barcelona, o Rei Humberto II de Itália, Carol II da Roménia e inúmeras figuras do panorama desportivo e cultural.
Na segunda metade do século XII Cascais era uma pequena aldeia de pescadores e lavradores e daí parece derivar o topónimo Cascais, plural de cascal (monte de cascas), o que se deve relacionar com a abundância de moluscos marinhos aí existentes.
Desde as suas praias convidativas à prática de desportos náuticos, ao seu riquíssimo património histórico / cultural, à paisagem majestosa do parque natural Sintra - Cascais, às noites animadas, muitas são as opções e oportunidades de divertimento e lazer no Concelho de Cascais.
Cascais possui cerca de 15 Km de extensão de praias, que se iniciam na concorrida Praia de Carcavelos, onde termina o estuário do Tejo, passando pela praia da Parede, conhecida pelos efeitos terapêuticos das suas águas ricas em iodo. Impossível seria deixar de referir a cosmopolita zona do Estoril, onde se destaca a praia do Tamariz, situada no enfiamento da Alameda do Casino, ladeada por magníficos Palacetes.
Nos limites do Concelho e emoldurada pela belíssima paisagem do parque Natural Sintra - Cascais, encontram-se as praias mais ocidentais do concelho, sendo de destacar a Praia do Guincho, caracterizada pelos seus fortes ventos vindos de oeste, razão pela qual constitui um dos cenários dos campeonatos da Europa de Windsurf.
A melhor maneira de apreciar toda a beleza da orla costeira de Cascais é fazendo um passeio à "beira mar" ao longo do "paredão", um percurso pedestre de aproximadamente 3 km de extensão, entre São João do Estoril e Cascais.
O centro de Cascais é uma antiga e pitoresca vila de pescadores, com pequenas praias urbanas de onde se avistam os barcos de pescadores. Não deixe de visitar o centro histórico de Cascais e as suas ruelas típicas e pitorescas. Do Largo 5 de Outubro, onde se encontra o antigo palácio dos Condes da Guarda hoje edifício dos Paços do Concelho, poderá admirar e apreciar a beleza da Baía de Cascais, ou iniciar um passeio até à marina passando pela Cidadela e pelo Centro Cultural antigo convento da Nª. Sra. da Piedade datado do Século. XVI.
Numa perspectiva museológica, o concelho de cascais apresenta uma vasta lista de locais que valem a pena visitar. É o caso do Museu do Mar e do Museu Condes de Castro Guimarães.
Durante os meses de Verão, realiza-se a tradicional Feira do Artesanato do Estoril onde se pode adquirir artesanato nacional, apreciar espectáculos de folclore ou provar pratos típicos.
Ás quartas e sábados decorre, no espaço do Mercado de Cascais, um mercado saloio onde se cruzam as formas mais tradicionais da mostra de produtos com as novas formas de consumo.
Com o mar aos pés, Cascais pode orgulhar-se da sua excelente gastronomia baseada nos pratos de marisco e peixe fresco.
Em Cascais encontram-se restaurantes para todos os gostos e bolsas, que primam pela qualidade e bom gosto.
Situado entre o Oceano Atlântico e a Serra de Sintra, o concelho de Cascais foi, desde sempre um importante centro turístico, tendo recebido durante e depois da II Guerra Mundial um elevado número de refugiados e exilados, de entre os quais se destacam os Condes de Barcelona, o Rei Humberto II de Itália, Carol II da Roménia e inúmeras figuras do panorama desportivo e cultural.
Na segunda metade do século XII Cascais era uma pequena aldeia de pescadores e lavradores e daí parece derivar o topónimo Cascais, plural de cascal (monte de cascas), o que se deve relacionar com a abundância de moluscos marinhos aí existentes.
Desde as suas praias convidativas à prática de desportos náuticos, ao seu riquíssimo património histórico / cultural, à paisagem majestosa do parque natural Sintra - Cascais, às noites animadas, muitas são as opções e oportunidades de divertimento e lazer no Concelho de Cascais.
Cascais possui cerca de 15 Km de extensão de praias, que se iniciam na concorrida Praia de Carcavelos, onde termina o estuário do Tejo, passando pela praia da Parede, conhecida pelos efeitos terapêuticos das suas águas ricas em iodo. Impossível seria deixar de referir a cosmopolita zona do Estoril, onde se destaca a praia do Tamariz, situada no enfiamento da Alameda do Casino, ladeada por magníficos Palacetes.
Nos limites do Concelho e emoldurada pela belíssima paisagem do parque Natural Sintra - Cascais, encontram-se as praias mais ocidentais do concelho, sendo de destacar a Praia do Guincho, caracterizada pelos seus fortes ventos vindos de oeste, razão pela qual constitui um dos cenários dos campeonatos da Europa de Windsurf.
A melhor maneira de apreciar toda a beleza da orla costeira de Cascais é fazendo um passeio à "beira mar" ao longo do "paredão", um percurso pedestre de aproximadamente 3 km de extensão, entre São João do Estoril e Cascais.
O centro de Cascais é uma antiga e pitoresca vila de pescadores, com pequenas praias urbanas de onde se avistam os barcos de pescadores. Não deixe de visitar o centro histórico de Cascais e as suas ruelas típicas e pitorescas. Do Largo 5 de Outubro, onde se encontra o antigo palácio dos Condes da Guarda hoje edifício dos Paços do Concelho, poderá admirar e apreciar a beleza da Baía de Cascais, ou iniciar um passeio até à marina passando pela Cidadela e pelo Centro Cultural antigo convento da Nª. Sra. da Piedade datado do Século. XVI.
Numa perspectiva museológica, o concelho de cascais apresenta uma vasta lista de locais que valem a pena visitar. É o caso do Museu do Mar e do Museu Condes de Castro Guimarães.
Durante os meses de Verão, realiza-se a tradicional Feira do Artesanato do Estoril onde se pode adquirir artesanato nacional, apreciar espectáculos de folclore ou provar pratos típicos.
Ás quartas e sábados decorre, no espaço do Mercado de Cascais, um mercado saloio onde se cruzam as formas mais tradicionais da mostra de produtos com as novas formas de consumo.
Com o mar aos pés, Cascais pode orgulhar-se da sua excelente gastronomia baseada nos pratos de marisco e peixe fresco.
Em Cascais encontram-se restaurantes para todos os gostos e bolsas, que primam pela qualidade e bom gosto.
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-Azinhaga do Ribatejo,
21-01-2012
Golegã
Golegã
A vila bem Ribatejana da Golegã, sede de município, situa-se na lezíria atravessada pelos Rios Tejo e Almonda, numa área privilegiada pela natureza.
Diversos estudos denotam a presença humana nesta região desde tempos impensáveis, devido às facilidades de comunicação, aos seus solos férteis e às comodidades naturais, para abrigos e locomoção.
Mas falar da Golegã é falar de cavalos e da grande Feira Nacional a eles dedicada, com origens que remontam ao século XVI. Anualmente, pelo dia 11 de Novembro, dia de São Martinho, acontece a Feira Nacional do Cavalo, com milhares de entusiastas equestres e muitos criadores para apreciar os melhores exemplares de cavalos de Portugal.
A Golegã possui igualmente um rico património histórico, social, patrimonial e artístico, sendo uma vila tradicional, orgulhosa do seu legado Ribatejano. De destacar é a sua bonita Igreja Matriz, séculos XV e XVI, com um magnífico portal manuelino ou a Igreja de Nossa Senhora dos Anjos e a Capela de Santo António. Zona de importante tradição senhorial, e de criação de cavalos, possui bonitas e históricas Quintas, como a da Cardiga, dignas de registo. Igualmente interessante é a Casa-Estúdio Carlos Relvas ou o Museu de Pintura e Escultura Martins Correia, com uma rica colecção de arte moderna.
Bem perto situa-se a Reserva Natural do Paúl do Boquilobo, compreendendo 529 hectares, que alberga a maior colónia de garças da Península Ibérica.
A vila bem Ribatejana da Golegã, sede de município, situa-se na lezíria atravessada pelos Rios Tejo e Almonda, numa área privilegiada pela natureza.
Diversos estudos denotam a presença humana nesta região desde tempos impensáveis, devido às facilidades de comunicação, aos seus solos férteis e às comodidades naturais, para abrigos e locomoção.
Mas falar da Golegã é falar de cavalos e da grande Feira Nacional a eles dedicada, com origens que remontam ao século XVI. Anualmente, pelo dia 11 de Novembro, dia de São Martinho, acontece a Feira Nacional do Cavalo, com milhares de entusiastas equestres e muitos criadores para apreciar os melhores exemplares de cavalos de Portugal.
A Golegã possui igualmente um rico património histórico, social, patrimonial e artístico, sendo uma vila tradicional, orgulhosa do seu legado Ribatejano. De destacar é a sua bonita Igreja Matriz, séculos XV e XVI, com um magnífico portal manuelino ou a Igreja de Nossa Senhora dos Anjos e a Capela de Santo António. Zona de importante tradição senhorial, e de criação de cavalos, possui bonitas e históricas Quintas, como a da Cardiga, dignas de registo. Igualmente interessante é a Casa-Estúdio Carlos Relvas ou o Museu de Pintura e Escultura Martins Correia, com uma rica colecção de arte moderna.
Bem perto situa-se a Reserva Natural do Paúl do Boquilobo, compreendendo 529 hectares, que alberga a maior colónia de garças da Península Ibérica.
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-Azinhaga do Ribatejo,
21-02-2012
Santarem
Santarém
Santarém situa-se em pleno Ribatejo, no centro do País, e é das cidades mais antigas e históricas de Portugal, sede de concelho e de distrito.
A fundação da cidade de Santarém tem origens míticas, reportando à mitologia greco-romana e cristã. Os primeiros vestígios documentados da ocupação humana remontam ao século VIII a.C.. Em 138 a.C. chegaram os romanos ao antigo povoado, designando-o como “Scallabis”, tornando-se neste período no principal entreposto comercial do médio Tejo e num dos mais importantes centros administrativos da província Lusitânia.
Santarém conta igualmente com uma forte herança do período de ocupação árabe, que desenvolveu a importância militar, cultural e artística da já importante localidade.
Marco importante nas Reconquistas cristãs que definiram o território Português, Santarém foi então reconquistada em 1147 pelo primeiro Rei, D. Afonso Henriques.
Ao longo dos séculos Santarém desenvolveu o seu cariz político, cultural e artístico, tendo sido palco de variadas Cortes reais, onde se tomaram importantes decisões para o País, e local de música, teatro e artes.
Santarém é dona de um património riquíssimo, muitas vezes conhecida pela “Capital do Gótico”, pelos muitos monumentos que aqui se ergueram dedicados a este estilo arquitectónico e artístico, alguns já desaparecidos (como no terramoto de 1755, que destruiu tanto da cidade) ou alterados.
O seu fervor religioso é visível por toda a cidade, nas Igrejas de Nossa Senhora da Piedade,
Marvila, Santa Clara, Santíssimo Milagre, Misericórdia, Jesus Cristo, Seminário, Santa Cruz, Santa Iria, São João de Alporão (com o Museu Arqueológico), Santo Estevão, São Nicolau, na famosa e inigualável Igreja da Graça, no Convento de São Francisco ou Capela de Nossa Senhora do Monte.
O Centro Histórico de Santarém é constituído por uma agradável teia de ruas estreitas e sinuosas, com linhas e cores inesperadas, onde a história parece estar presente a cada esquina, permitindo agradáveis passeios, hoje cortados ao trânsito, polvilhadas de pequenas lojas de comércio local.
As Portas do Sol, o mais famoso e notável Miradouro da cidade, onde ainda se preserva parte das muralhas defensivas da cidade, é também um agradável espaço ajardinado, paragem obrigatória de qualquer passeio por terras ribatejanas, com uma vista magnífica sobre o Rio Tejo e toda a sua envolvente.
A gastronomia desta região Ribatejana é bem afamada, e presente em diversos restaurantes por todo o concelho, e anualmente aqui se realiza o grande Festival de Gastronomia, a principal mostra gastronómica do País, na segunda quinzena de Outubro, realizando-se igualmente a Feira Nacional de Agricultura, na primeira semana de Junho.
Santarém situa-se em pleno Ribatejo, no centro do País, e é das cidades mais antigas e históricas de Portugal, sede de concelho e de distrito.
A fundação da cidade de Santarém tem origens míticas, reportando à mitologia greco-romana e cristã. Os primeiros vestígios documentados da ocupação humana remontam ao século VIII a.C.. Em 138 a.C. chegaram os romanos ao antigo povoado, designando-o como “Scallabis”, tornando-se neste período no principal entreposto comercial do médio Tejo e num dos mais importantes centros administrativos da província Lusitânia.
Santarém conta igualmente com uma forte herança do período de ocupação árabe, que desenvolveu a importância militar, cultural e artística da já importante localidade.
Marco importante nas Reconquistas cristãs que definiram o território Português, Santarém foi então reconquistada em 1147 pelo primeiro Rei, D. Afonso Henriques.
Ao longo dos séculos Santarém desenvolveu o seu cariz político, cultural e artístico, tendo sido palco de variadas Cortes reais, onde se tomaram importantes decisões para o País, e local de música, teatro e artes.
Santarém é dona de um património riquíssimo, muitas vezes conhecida pela “Capital do Gótico”, pelos muitos monumentos que aqui se ergueram dedicados a este estilo arquitectónico e artístico, alguns já desaparecidos (como no terramoto de 1755, que destruiu tanto da cidade) ou alterados.
O seu fervor religioso é visível por toda a cidade, nas Igrejas de Nossa Senhora da Piedade,
Marvila, Santa Clara, Santíssimo Milagre, Misericórdia, Jesus Cristo, Seminário, Santa Cruz, Santa Iria, São João de Alporão (com o Museu Arqueológico), Santo Estevão, São Nicolau, na famosa e inigualável Igreja da Graça, no Convento de São Francisco ou Capela de Nossa Senhora do Monte.
O Centro Histórico de Santarém é constituído por uma agradável teia de ruas estreitas e sinuosas, com linhas e cores inesperadas, onde a história parece estar presente a cada esquina, permitindo agradáveis passeios, hoje cortados ao trânsito, polvilhadas de pequenas lojas de comércio local.
As Portas do Sol, o mais famoso e notável Miradouro da cidade, onde ainda se preserva parte das muralhas defensivas da cidade, é também um agradável espaço ajardinado, paragem obrigatória de qualquer passeio por terras ribatejanas, com uma vista magnífica sobre o Rio Tejo e toda a sua envolvente.
A gastronomia desta região Ribatejana é bem afamada, e presente em diversos restaurantes por todo o concelho, e anualmente aqui se realiza o grande Festival de Gastronomia, a principal mostra gastronómica do País, na segunda quinzena de Outubro, realizando-se igualmente a Feira Nacional de Agricultura, na primeira semana de Junho.
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-Azinhaga do Ribatejo,
21-02-2012
domingo, 19 de fevereiro de 2012
sábado, 18 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
domingo, 12 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
O presidente da Capital do Cavalo avisa que o seu ciclo autárquico está a chegar ao fim
Veiga Maltez diz que a Golegã não quer ser uma pequena cidade mas uma boa e grande vila
Veiga Maltez diz que a Golegã não quer ser uma pequena cidade mas uma boa e grande vila
José Veiga Maltez fala da sua política de preservação da identidade única da Golegã, a propósito da Feira Nacional do Cavalo – S. Martinho, confessa o seu interesse pela personalidade do Rei D. Carlos I e diz que está a chegar ao fim do seu ciclo autárquico. |
Defender a tradição é congelar uma época?
A tradição não é estanque. A tradição integra sempre elementos modernos. Tem alguma continuidade.
Em ocasiões especiais o senhor veste um traje de lavrador do século XIX. Com isso pretende simbolizar a preservação da tradição da Golegã. Mas quem escolheu um traje daquela época e não de outra foi o senhor. Podia ter recuado mais cem anos ou duzentos e vestir-se de maneira bem diferente mantendo a tradição.
Eu uso o que os meus tios e os meus avós usavam. Mas uso uma camisa dos tempos de hoje, por exemplo. Uso o meu relógio de pulso em vez de um relógio de bolso com corrente. Não uso colete. Adoptei o traje mas introduzi-lhe alguma modernidade. Actualizei-o. Coloquei-o nos tempos de hoje sem o desvirtuar.
O Presidente da Câmara, nos dias de festa, veste a roupa dos seus avós. Aconselha os goleganenses a fazerem o mesmo?
Não o devo fazer. Talvez com alguma persuasão pudesse levar pessoas a fazê-lo mas não pode ser uma obrigação. As pessoas têm que se sentir bem e fazer as suas escolhas. Mas se reparar bem, não é só o Presidente da Câmara que enverga o traje tradicional. De um modo geral as pessoas que estão ligadas ao cavalo fazem-no.
Há restaurantes onde é obrigatório usar gravata. Há cerimónias onde é exigido traje de noite. Na Feira da Golegã também há regras ao nível do vestuário?
As pessoas quando vão para o Picadeiro Central, que é uma espécie de sala de visitas da Golegã, têm que estar trajadas a rigor. Podem estar trajadas à portuguesa, à espanhola, à húngara, à inglesa. Mas têm que estar trajadas de forma a honrar o local e o acontecimento. Não dizemos às pessoas o que devem vestir mas exigimos que se vistam de forma a respeitar a Feira.
Na manga os cavaleiros podem andar vestidos como quiserem. Calças de ganga, inclusive.
Aí é diferente. A Feira continua a ser uma romaria e numa romaria aparece gente de todo o lado. Já não vêm negociantes vender mulas ou burros como antigamente mas manteve-se a vertente popular. Já há poucas feiras destas. Este lado genuíno é que faz da Feira da Golegã uma das mais típicas e tradicionais. Aqui as pessoas encantam-se.
Vem muita gente exibir-se à feira com os seus cavalos, as suas charretes. É uma feira de vaidades?
Cada pessoa terá as suas motivações mas nós aqui não encenamos nada. Este é um espectáculo espontâneo. Com conteúdo e substrato. Isto não é nenhuma invenção folclórica. Nós aqui não inventamos nada. Limitamo-nos a redescobrir as potencialidades. A maior parte daquelas pessoas que aqui vem trajada a rigor, não fez a roupa para se exibir na Feira. Usa-a noutras ocasiões de cerimónia. Tem orgulho em fazê-lo.
No editorial da revista da Feira diz que o 25 de Abril matou a Feira Nacional do Cavalo que tinha surgido em 1972 mas que a Feira de S. Martinho se manteve e foi possível recuperar a Feira do Cavalo em 1977 graças a isso.
Qualquer revolução é feita de modo abrupto. Muitas vezes anula o que está mal e o que está bem. Aqui havia coisas que estavam bem mas que não podiam existir na altura de acordo com o pensamento dos revolucionários eufóricos porque eles viam os nossos usos e costumes como algo retrógrado. Depois da euforia as pessoas reflectiram e perceberam que as coisas tinham que voltar a ser como eram.
Um regresso ao passado?
Nada disso. Um regresso aos nossos valores. Ao que era e é nosso. O concelho da Golegã tem uma identidade multi-secular e um legado civilizacional e histórico tão rico que não pode ser anulado.
Tem alguma coisa contra o 25 de Abril?
Eu costumo dizer que se não fosse o 25 de Abril eu não seria Presidente da Câmara.
Não será bem assim. Para um filho de uma família de trabalhadores seria difícil chegar a presidente de câmara no antigo regime mas o senhor é filho de uma das grandes famílias do concelho. Só não seria presidente da câmara se não quisesse.
Como era um bocadinho rebelde num certo número de coisas, com certeza que a União Nacional não me tinha como um bom filho.
Mas não era um oposicionista.
Não. O meu pai era um crítico. Nunca votou, o que naquela altura era complicado para um servidor público. Fomos habituados a analisar, discutir, criticar. Eu agora não conseguiria viver noutro sistema que não fosse o democrático.
A Feira de S. Martinho era uma manifestação popular. A Feira do Cavalo era uma manifestação da burguesia rural.
Nesta Feira, campinos, coudeleiros, lavradores, trabalhadores rurais, comerciantes estavam todos envolvidos. Aqui todos eles conviviam. Ainda hoje é assim. Há um respeito mútuo. Uma casa agrícola tem orgulho nos seus campinos e os campinos têm orgulho em pertencer a uma Casa que dá bons produtos e que divulga bem os nossos valores. Isto é assim. É aceite naturalmente. Não é imposto. Por isso é que, passada a euforia revolucionária e recuperado o bom senso a Feira voltou a ser como era.
Aqui na Golegã o campino não é o rei da Festa.
Tem razão. Associam muito mais o campino ao Colete Encarnado, por exemplo. À antiga feira do Ribatejo. Aqui o rei da Festa é o cavalo.
À antiga Feira do Ribatejo? E porque não à actual?
Actualmente quando estou na Feira do Ribatejo no CNEMA (Centro Nacional de Mercados Agrícolas em Santarém) não me sinto no Ribatejo. Aquilo é igual ao que acontece em Feiras que se realizam em Frankfurt ou Paris, por exemplo. Se não fossem os olivais ao longe eu nem me sentiria na Península Ibérica.
O que aconteceu em Santarém não pode vir a acontecer aqui?
Nunca! Nunca! Se tirarem a Feira deste local matam a Feira. Este é um local único.
As recentes polémicas à volta de eventuais fraudes na genealogia de cavalos lusitanos pode afectar a Feira?
De modo algum. Eu como criador do puro-sangue lusitano não gosto que estas situações aconteçam mas os casos foram sanados ou estão em vias de o ser e o que se passou não maculou a criação. E ainda bem que assim foi porque são divisas que entram no país, principalmente pelas vendas para a Europa e América.
Ainda há quem levante a questão da comercialização da água-pé?
Penso que continua em vigor a lei que permite a venda da água-pé no S. Martinho numa única localidade de Portugal que é a Golegã. Mas continue ou não, este produto é tão nosso que seria ofensivo que alguém pretendesse tocar-lhe. Eu só espero é que venha frio porque nos últimos anos não tem havido frio suficiente para fazer água-pé tão boa como nós desejávamos.
Gosta de água-pé?
As minhas bebidas preferidas são a água e o vinho tinto. Tenho pena que aqui na Golegã só exista um produtor de vinho tinto.
“D. Carlos é um Rei interessantíssimo que vale a pena descobrir”
Decidiram integrar as comemorações D. Carlos 100 anos na Feira Nacional do Cavalo. Tem alguma costela monárquica?
Primeiro que tudo sou constitucionalista. Mas repare, na Europa civilizada, a monarquia tem preponderância. Espanha, Inglaterra, Bélgica, Holanda, Suécia, Dinamarca, Noruega.
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