sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O presidente do Conselho Nacional do CDS-PP, António Pires de Lima, afirmou, em entrevista à Antena 1, que o primeiro-ministro revelou alguma "impreparação" e falta de "sensibilidade" quando apresentou algumas medidas do Orçamento do Estado para 2013.
"É preciso ter sensibilidade quando se pede e apresentam medidas como aquelas, para além do mais há um certo grau de impreparação. É preciso reconhecer que aquilo que se passou no último mês deve servir de lição para que não se repitam este tipo de erros", disse Pires de Lima numa entrevista conduzida pela jornalista Maria Flor Pedroso.
"Esta impreparação pelo menos ao longo do último mês é da responsabilidade fundamentalmente do líder do Governo, porque é ao líder do Governo que compete articular e coordenar o Governo com o objetivo de apresentar um Orçamento", acrescentou.
Pires de Lima defendeu ainda que o Presidente da República devia exercer uma magistratura mais ativa e mais próxima dos três principais partidos que subscreveram o memorando.
Questionado sobre um possível acordo de incidência parlamentar entre os dois partidos da coligação, Pires de Lima referiu que não deve ser essa a estratégia para assegurar a governação do país.
"Para o CDS ficaria o onús de ter que aprovar no Parlamento coisas que ne sequer alguma vez conseguiu discutir ou influenciar o Governo. Isso só traria desvantagens para o CDS e para o país", declarou.

Renegociação do acordo com a troika


No caso de o Orçamento do Estado não respeitar o acordo da troika e ser declarado inconstitucional, Pires de Lima acredita que o Governo não tem condições para se manter.
"Se for impossível apresentar um Orçamento seja ele qual for que cumpra o memorando da troika e o programa de assistência financeira com que estamos obrigados e ao mesmo tempo compaginar isso com a constitucionalidade do documento, eu acho que este Governo não teria condições para continuar", disse Pires de Lima.
O também presidente da Unicer defendeu ainda a renegociação do acordo com a troika, caso se verifique que o caminho seguido não está a solucionar os problemas do país.

CDS-PP não quer crise política


"Se chegarmos todos à conclusão de que o caminho que estávamos a prosseguir em vez de estar a ajudar Portugal a resolver o seus problemas está a afundá-lo, nessa altura seria nossa obrigação de forçar uma renegociação deste programa com a troika, mas não propriamente rasgar o acordo", afirmou.
Pires de Lima garantiu que o CDS é um partido "absolutamente determinante" para evitar uma crise política e defendeu que essa preocupação devia ser comum a todas as pessoas que exercem cargos governativos.
"Parece que o CDS, ou que as pessoas que estão no CDS têm que acordar de manhã todos os dasa e provar ao país que têm sentido de Estado, apesar de assegurarem a coesão de coligações que não lideram em 30 ou 40 autarquias deste país e do Governo num momento tão difícil", rematou.


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